“Com o sangue de quem foram feitos meus olhos?”: um panorama das críticas feministas à Ciência e Tecnologia

  • Clarissa Reche

A invisibilidade das mulheres no processo de produção do conhecimento científico é só um fio no novelo de linhas que compõe a sistemática apropriação e negação das epistemologias gestadas por corpos não-hegemônicos. Esta formação visa apresentar [e experimentar] algumas críticas feministas à Ciência e Tecnologia, em especial às noções de vida, morte, progresso e objetividade que estão atreladas ao ponto-de-vista forjado nos laboratórios.

O objetivo é apresentar um panorama das críticas feministas à Ciência e Tecnologia, passando por questões que são perenes a algumas pensadoras mulheres dos séculos XX e XXI.

Realização conjunta

  • Ação Educativa
  • Coletivo Sanga

Conteúdo programático

Atividades em todos os encontros: leitura anterior do texto, exposição dos pontos centrais,
discussão e atividade prática (cocriação de síntese a partir de enciclopédias de ciências).

1º Encontro: O PROBLEMA DO/NO CORPO DE QUEM PESQUISA.

Tema: reflexões sobre a impossibilidade da imparcialidade na produção de conhecimento
científico. Discussões: história da Ciência e Tecnologia como história da aliança entre Ciência, Mercado e Estado; autoria e propriedade na era do Capitalismo Cognitivo; o corpo ciborgue como fabulação feminista.

Referência central: “Manifesto ciborgue. Ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX” de Donna Haraway.

2º Encontro: BRUXARIA E PURIFICAÇÃO.
Tema: reflexões sobre o lugar ocupado pelo conhecimento produzido por corpos dissidentes da Ciência e Tecnologia. Discussões: a apropriação sistemática do conhecimento não-científico na história da Ciência; o laboratório como lugar de purificação; a criação de uma autoridade capaz de gerir vida e morte.

Referência central:
“Caliba e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva” de Silvia Federici.

3º Encontro: COM O SANGUE DE QUEM FORAM FEITOS MEUS OLHOS?
Tema: reflexões sobre a violência colonial contida no ponto de vista científico.
Discussões: a noção de progresso e humanidade na história da Ciência e Tecnologia; a violência do ponto de vista único; comprometimento, responsabilidade e trauma na produção do conhecimento científico.

Referência central: “Civilização, tronco de escravos” de Maria Lacerda de Moura e “Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo
e o privilégio da perspectiva parcial” de Donna Haraway.

A quem se destina

Coletivos e movimentos sociais, ativistas e militantes, professoras/es da rede pública e privada, estudantes e pesquisadoras/es, articulações das periferias.

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Educadoras(es)

  • Clarissa Reche