Esta formação visa introduzir alguns conceitos e debates em torno da ideia de “direito à cidade” como forma teórica e prática de olhar as ingerências que dificultam o acesso pleno e equitativo do espaço urbano.
Partimos do clássico debate proposto por Henri Lefebvre no livro “O direito à cidade”, publicado pela primeira vez em 1968, cujas interpretações sobre os usos e impedimentos de circulação e encontro na cidade ainda se fazem ecoar, 50 anos depois; passamos pelas discussões acerca da financeirização da vida urbana através da crescente privatização do solo e da periferização de estratos sociais empobrecidos pelo modelo capitalista/financista; tratamos dos processos de gentrificação, que passa pela ressignificação de territórios centrais desvalorizados ao longo das últimas décadas; enfatizamos a abordagem interseccional dos usos da cidade, com foco especial para questões relacionadas a gênero, sexualidade e raça; trazemos as contribuições de feministas negras e da teoria queer para a abordagem espacial; e, finalmente, encerramos com um debate aberto sobre nossas próprias experiências de circulação e constrangimentos na cidade.
Temos, como ponto de partida, a cidade de São Paulo e as mobilizações que têm ajudado a repensar a prática da democracia em seu cotidiano.