Valendo-se dos escritos de Angela Davis, bell hooks e Patrícia Hill Collins, o curso explora a potencialidade dos seus trabalhos para o adensamento de análises sobre as relações entre subjetividade, afeto e política, especialmente no encaminhamento de práticas antirracistas. O primeiro momento apresenta as encruzilhadas teóricas que balizam as noções de afeto, política, espaço e subjetividade abordadas ao longo do curso, bem como contextualiza os escritos das três autoras com a produção do feminismo negro estadunidense entre as décadas de 1970 e 1990. A segunda parte enfatiza as singularidades nos escritos de cada autora, apontando as aproximações teóricas, principais problematizações e temáticas trabalhadas. Ademais, o curso busca articular as discussões de Angela Davis, bell hooks e Patrícia Hill Collins às problematizações sobre afeto, subjetividade e política produzidas por Baruch Spinoza, Michel Foucault, Achille Mbembe, Lélia Gonzalez e Anima Mama.
Realização conjunta
- Ação Educativa
Ação Educativa
Fundada em 1994, a Ação Educativa é uma associação civil sem fins lucrativos que atua nos campos da educação, da cultura e da juventude, na perspectiva dos direitos humanos. Para saber mais, clique aqui. - Instituto AMMA Psique e Negritude
Instituto AMMA Psique e Negritude
O Instituto AMMA Psique e Negritude é uma organização não governamental cuja atuação é pautada pela convicção de que o enfrentamento do Racismo, da Discriminação e do Preconceito se faz necessariamente por duas vias: politicamente e psiquicamente. Foi fundado em 1995 por um grupo de psicólogas, militantes do movimento negro, comprometidas e familiarizadas com o enfrentamento político, e que foram surpreendidas pela constatação de que somente a via política não era suficiente. E desde então, o instituto tem buscado por meio de formação e prática clínica, identificar, elaborar e desconstruir o racismo e seus efeitos psicossociais. O racismo, além de violar direitos sociais, prejudica a saúde psíquica dos indivíduos: podendo fazê-los desenvolver sintomas psicossomáticos, inibições, impedimentos (de acesso, de participação), especialmente na experiência de negritude; ou desenvolver uma autoimagem distorcida, descolada da própria realidade e racialidade, como é o caso da experiência de branquitude. O racismo atinge a todos e todas, provoca sofrimento psíquico e pede cura política e psíquica. Para saber mais, clique aqui.
Conteúdo programático
14/09 – Manhã
– Apresentação das balizas conceituais e do contextuo, a partir da década de 1970, de produção das obras de Angela Davis, bell hooks e Patrícia Hill Collins no bojo dos feminismos negros estadunidense.
14/09 – Tarde
– bell hooks: educação, afetos e política
21/09 – Manhã
– Patricia hill Collins: A concepção de espaços seguros e as bases epistemológicas do pensamento do feminismo negro
21/09- Tarde
– Angela Davis: Abolicionismo prisional e os desafios feministas contemporâneos
Referências Bibliográficas
COLLINS, Patricia. H. Black feminist thought: knowledge, consciousness, and politics of empower ment. New York: Routledge, 1991.
______. “Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro”. Revista Sociedade e Estado, v. 31, n. 1, jan. /abr., 2016, p. 99-127.
DAVIS, Angela. Estarão as prisões obsoletas? Rio de Janeiro: Difel, 2018.
______. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2018.
______. A democracia da abolição: pra além do império das prisões e da tortura. Rio de Janeiro: Difel, 2009.
______. A liberdade é uma luta constante. São Paulo: Boitempo, 2018.
______. Mulheres, cultura e política. São Paulo: Boitempo, 2017.
FOUCAULT, Michel. “Sujeito e poder”. In: DREYFUS, Hubert L. & RABINOW, Paul. Michel Foucault: Uma trajetória Filosófica. Tradução Vera Porto Carrero – Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995, p.231-248.
GONZALEZ, Lélia. “Racismo e sexismo na cultura brasileira”. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984, p. 223-44.
HOOKS, Bell. “Intelectuais negras”. Estudos Feministas, Rio de Janeiro, IFCS/UFRJE, PPPCIS/UERJ, v. 3, n. 2, 1995, p. 464-78
______. Rock my soul: Black People and Self-Steem. New York: Washington Square Press, 2003.
__________. All about love: new visions. New York: Willian Morrow and Company, Inc, 2000.
__________. Ain’t I a woman: black women and feminism. London: Pluto Press, 1982.
__________. Black Looks: Race and representation. Cambridge, Ma: South End Press, 2000.
__________. Ensinando a transgredir: a educação como prática da Liberdade. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2013.
_________. Talking Back: Thinking feminist, thinking black. Cambridge, Ma: South End Pres, 1989.
MAMA, Amina. Beyond the masks: race, gender and subjectivity. New York: Routledge, 1995.
MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. Lisboa: Antígona, 2014.
SPINOZA, Benedictus de. Ética: Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
A quem se destina
Educadoras(es), professoras(es), pesquisadoras(es), ativistas e pessoas interessadas nas autoras e no tema.
Educadoras(es)
- Mariléa de Almeida
Mariléa de Almeida
Doutora em História pela Unicamp (2018) com a tese intitulada “ Territórios de afetos: práticas femininas antirracistas nos quilombos contemporâneos do Rio de Janeiro". Em 2015, realizou doutorado Sanduíche na Universidade da Colúmbia, Nova York, cuja pesquisa enfocou os usos da interseccionalidade nos feminismos negros estadunidenses dos anos 1980 e 1990. É professora de História com experiência nos ensinos fundamental, médio e superior.
- Carga horária: 12h
- Investimento: R$150,00
- Período: Sábados, 14/09 e 21/09 de 2019 (2 encontros)
- Horário: 10:00 - 17:00